terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Zé Maria, o técnico pugilista

José Maria de Oliveira (Botucatu, 28 de abril de 1947), mais conhecido como Zé Maria, é um ex-pugilista e ex-treinador de futebol brasileiro. Famoso como treinador do Sport Club Corinthians Paulista.
Aos 20 anos foi a academia de boxe do Lapeaninho para treinar, sua habilidade técnica sempre chamou a atenção de todos.
Em 1974 conquistou o título brasileiro de boxe na categoria de meio médio (67 kg), nessa época ele treinava com o técnico argentino Kid Jofre, pai do famoso pugilista paulista Éder Jofre, na academia do São Paulo Futebol Clube, depois treinou e lutou por outras agremiações: BCN com o Ralph Zumbano e CET SET com o Waldemar Zumbano.
No boxe ele lutou contra os melhores boxeadores de sua época, Fernando Martins, Chiquinho de Jesus, entre outros e sempre saiu dos ringues sem marcas, sem cortes e sorrindo. Um boxeador debochado, mas que conquistou admiração e amizade de todos e fez história nos ringues na década de 70.
Naturalmente por ter sido pugilista se tornaria treinador de boxe, mas Zé Maria sempre foi diferente e foi ser treinador de futebol a partir da década de 80.
No ano de 1983, no comando técnico da equipe infantil da Portuguesa de Desportos foi campeão da Taça São Paulo. Em 1985, como técnico do juvenil do Corinthians foi campeão brasileiro, conquistando o título no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, 1986 foi campeão paulista contra o arquirrival São Paulo na partida final.
Com a saída do técnico Basilio da equipe principal do Corinthians, o presidente Vicente Mateus e o dirigente João Bosco convenceram o Zé Maria a assumir o comando técnico do time principal do Corinthians.
Ele aceitou e ficou 36 partidas invictas, já na 25ª retirou do arquirrival Palmeiras a Taça dos Invictos que está até hoje na galeria de troféus do Sport Club Corinthians Paulista.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Carlos, o goleiro


Se perguntarem aos corintianos, qual foi o melhor goleiro, dos que atuaram na esquadra preta e branca, surgirão muitos nomes, nomes de goleiros que fizeram muito barulho.
O Carlos não era de barulho e, na certa, poucas pessoas irão acrescentá-lo à lista.
Ele era daquele poderoso time da Ponte Preta, duas vezes vice campeão do paulista e, se você perguntar a qualquer torcedor fiel de 77, qual era a maior ameaça ao título, certamente ele vai dizer que o goleiro Carlos populava os seus piores pesadelos, o cara era uma parede.
Em 1984 foi contratado pelo Timão, o goleiro dava tanta segurança que as pessoas esqueciam que ele estava lá, em todas as bolas que os outros goleiros fazem pontes monumentais, ele dava dois passos para o lado, esticava as mãos e segurava, a segurança em pessoa.
E, como não dava sustos na torcida, além de não ser de badalações, não ficou emblemático.
Não pense que isso é privilégio da torcida do Timão, o mesmo aconteceu na seleção, o Carlos a defendeu em duas copas e ninguém o cita, falam de quase todo mundo, menos do goleiro.
Então jovem...quando a torcida corintiana começou a perder o estigma de sofredora, o grande goleiro da vez, era um tal de Carlos.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

26 de Outubro de 2014

Ontem, no clássico...
Começa o jogo...
Eu_Cadê o Danilo????
10 minutos do primeiro tempo...
Eu_Mano, cadê o Danilo???
25 minutos de primeiro tempo, gol dos porcos...
Eu_Mano, seu desgraçado, aquece o Danilo.
Fim de primeiro tempo...
Eu_Mano, seu corno, olha o Danilo na reserva.
30 minutos do segundo tempo...
Eu_Pelo amor de Deus Mano, pôe o Danilo no jogo.
44 minutos do segundo tempo...
Eu_Isso seu FDP, deixa o Danilo jogar.
45 minutos do segundo tempo...
Eu_GOOOOOOOOL.
Adivinha quem fez o gol?????

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Fazendo história.

É verdade que, o que unia a todos os internos sempre foi o futebol, quando o Grêmio Educandário entrava em campo, todos esqueciam suas diferenças territoriais e seus times do coração e, torciam pelo time preto, que uniforme lindo.

Mas num belo dia, acabou-se o time.
  E passamos a nos reunir nos bailes ou, nos jogos de futebol, nos jogos era complicado, posto que, nem todos torcíamos para o mesmo time.
  . Então, numa tarde de muito sol, dispensamos a matinê de Pinheiros e fomos assistir ao clássico no Morumbi, na época, o Santos era a segunda maior torcida de. Sampa e, eles tinham "os meninos da vila"(Juari, João Paulo e sei lá quem mais) e.…o Corinthians, sempre forte.
  Éramos, no total, uns vinte menores, meio a meio, entre corintianos e santistas e, por sermos todos amigos, saímos juntos do Educandário Dom Duarte, na saída, pegamos no pé do seu Felipe(o porteiro), que era São Paulino, entramos no buzão na maior algazarra, feito uma torcida só, primeiro gritavam os maloqueiros, depois as viuvinhas, para não ter que ir até a Paineira e pagar outra condução, pagar é só força de expressão, descemos na Raposo Tavares, no posto Batalha, em frente à Previdência, ali tinha um acesso prum escadão, que, entre as arvores levava direto pra avenida Elizeu de Almeida, íamos bagunçando o caminho todo, jogando pedras no gatos, tocando as campainhas das mansões e arrancando os retrovisores dos carros e, é lógico, entoando cantos de guerra, cada turma do seu time.
  Na avenida Elizeu de Almeida, que ainda não era canalizada, havia um córrego largo, para atravessa-lo, tinha-se que, passar por uma ponte feita de toras de madeira.
  Esse era o ponto que haveria a separação das torcidas, é provável que só nos veríamos no dia seguinte, O Valdevino gritou que os Santistas tinham o direito de sair na frente, o Zé Almir questionou esse direito, eu apoiei o Zé, o Lourival apoiou o Santista...Bafafá formado, então decidimos da forma mais democrática do mundo, o Valdevino pediu par e o Zé Almir pediu ímpar, perdemos, o Corintiano chamou uma melhor de 3, perdemos de novo, os Santistas sairiam primeiro, os corintianos esperariam um tempo, ficamos ali, uns 5 minutos e saímos.
  Ao chegarmos na ponte, vimos a coisa mais surreal de nossas vidas.
  A ponte de toras havia cedido, com muita gente atravessando ao mesmo tempo, ela cedeu, justo na hora que os amigos a atravessaram, em seu leito haviam centenas de torcedores em meio à lama, não tinha branco e preto ou preto e banco, todos eram de uma só cor, marrom.
  . Nesse dia o Timão ganhou de 2x0, dois gols do Palhinha, ficamos um mês zoando a cara dos Santistas.

Os milagres de uma torcida


Um dia, seculos além, hão de debruçar nessa questão, cientistas do futuro tentarão entender o que move a fé do corintiano.
Usei a palavra fé e, corro o risco de descrever errado esse sentimento, o religioso, quando encontra uma dificuldade, passa a questionar a própria fé, o corintiano chora, e sofre, sem jamais pensar no fato de deixar de ser corintiano, o Corinthians está no seu DNA.
Bom, depois de um certo tempo, como acontece com milhares de pessoas, peguei o habito de acompanhar o time de Parque São Jorge...Na adolescência fiz amizade com uns caras da FEBEM, esses cara tinham entrada livre nos estádios, então eu chegava um tempo antes e, quando chegava o ônibus amarelo, eu me enfiava na fila com eles.
Vai uma ressalva, mesmo tendo entrada livre em todos os jogos do campeonato paulista, os internos da FEBEM só iam aos jogos do Timão, quase a totalidade da instituição era composta de corintianos.
Mas, passou o tempo e eu virei adulto, trabalhava feito condenado para me manter, ficou difícil acompanhar o Timão e, como nunca fui torcedor de radinho, bolei um plano fenomenal, como conhecia as manhas dos estádios, arrumei um bico na Ancar, aquela empresa que cuidava de servir os refrigerantes, cervejas e lanches dentro dos estádios, assim, eu torcia e, de quebra, levantava um din din.
Falando assim, parece bem agradável, mas para manter a titularidade no cargo, eu tinha que acompanhar todos os jogos do Morumbi e Pacaembu, nem sempre era jogo do Corinthians, isso me fez constatar que não existe torcida feito a do Timão, em compensação, em jogos do time do povo, o cara do cachorro quente pulava junto com a torcida, as vezes eu não fazia nem pro sal, mas saia sorrindo pela vitória do meu time.
Cheguei cedo naquela tarde, no domingo anterior, o time do Guarani havia aplicado uma goleada de 4x0, para que o Timão continuasse vivo na competição, teria que devolver o mesmo placar, simples assim.
O elenco de Campinas era o melhor do país, era impossível ganhar de um a zero, quanto mais golear, pensei comigo:
_Vou me sentar e assistir o jogo tranquilo.
Uma hora da tarde e começam aparecer uns poucos gatos pingados, de pouco em pouco, às duas horas está tudo lotado, como se fosse um jogo amistoso, a fé desse povo contraria qualquer estatística.
Durante o jogo, eu vi um time cuja a estrela maior era um baixinho chamado Biro-Biro crescer e virar um gigante, a torcida irradiava com as mãos as energias, seu canto contaminava e os homens em campo acreditaram que eram bem maiores que eram, ante aquela magia o poderoso Guarani ficou de joelhos.
Uma tarde inesquecível e, eu aprendi que a fé é só uma palavra, o que move o corintiano é algo bem maior.
Placar do jogo???Corinthians 4x0 Guarani...sem choro nem vela.

O melhor de todos os tempos


Vladimirzinho, era assim que Osmar Santos se referia a ele, pelo fato de ter vindo das divisões de base e, de ter se profissionalizado ainda menor de idade.
Alguns atletas foram imortalizados no Corinthians, uns mereceram estátuas no clube, esse, pela postura política foi até hostilizado pela direção, no entanto, ninguém, em toda história do clube, foi mais Corintiano.
Todos sabem que, a seleção brasileira é o sonho de todo atleta brasileiro, para a maioria deles, os clubes são somente um trampolim, para se chegar lá.
E então, vem o Vladimir, lateral esquerdo do Corinthians, na época de Telê Santana, isso, quando ele era o maior lateral do mundo, foi convocado a servir a esquadra amarela.
O fato é que o jogador do Timão se recusou a servir a seleção, a resposta foi simples:
_Eu jogo no maior time do mundo, isso me basta.

Geraldão da Fiel.


Dos heróis da conquista de 1977, talvez, o camisa 9, tenha sido o mais ovacionado pela torcida e, o mais vaiado também.
Apesar do sotaque da Moóca, a figura veio mesmo de Ribeirão Preto.
Ovacionado porquê dava muita raça e fazia gols lindos, vaiado porquê tinha a rara capacidade de perder sempre um gol debaixo do travessão.
Quando eu era guri, em toda brincadeira de bola, quando alguém isolava a bola, não era chamado de peréba, podre ou ruim de bola...todos os outros meninos o chamavam de GERALDÃO.
O estranho é que o centro avante do Corinthians nunca se manifestou contrário a isso, havia uma relação estranha entre ele e a Fiel, coisa de amor e ódio, tudo na mesma medida.
Não era um atleta de fino trato com a bola, a ânsia de fazer gols lindos fazia com que ele, na hora H, batesse rápido, de cinco, ele acertava três, os acertados viravam golaços, as bolas que ele errava, iam para a arquibancada.
Na semana anterior, ele havia isolado várias bolas, saiu de campo debaixo de grossas vaias, deu a impressão de que a Fiel havia se cansado do camisa 9.
Morumbi lotado, meio a meio, do outro lado estava o rival suíno, a torcida estranhou que o Geraldão não estava entre os titulares, todo mundo sabia que ele era peça importante no esquema do Brandão...Beleza, talvez o técnico também estivesse com raiva do camisa 9 do Corinthians.
Vai o jogo feroz, no primeiro tempo o time da Lapa joga melhor e o de Parque São Jorge não parece mostrar reação, só se defende, quanto mais se defende, mais o adversário se afoita, parece que a derrota seria uma coisa bem possível.
Quando terminou o primeiro tempo, o camisa 9 seguiu com os reservas para o vestiário, quieta todo o primeiro tempo, a Fiel, que na semana anterior o havia vaiado, começou a gritar numa só voz:
Geraldão, Geraldão...
Isso foi, durante os 15 minutos do intervalo e surtiu efeito, o ídolo voltou entre os titulares.
Ah, que linda vitória, dois gols dele...é claro que ele isolou umas também, nada que estremecesse o amor da Fiel, afinal, era o Geraldão, se não errasse feio, não seria ele.