quarta-feira, 12 de abril de 2017

O Bernardão.


Sou contra o culto à ídolos, hoje em dia, um atleta joga 6 meses em cada clube e se vai na maior e, beijam os escudos com a maior facilidade do mundo.
Em tempos idos, os atletas se perpetuavam e ficavam com a cara do clube, quando guri tive a honra de encontrar o Luizinho e ele se espantou de eu, com tão pouca idade tê-lo reconhecido:
_. Você sabe quem sou eu, guri???
_Claro, é o Luizinho do Corinthians.
E eu o conhecia das figurinhas, falei como se "do Corinthians" fosse o sobrenome dele.
Depois, veio essa banalidade e, poucos são os jogadores que se identificam com um clube específico.
Tirando o Doutor e, esse era a cara do Timão, os outros são meras peças de reposição.
O Corinthians as vezes cai na besteira de contratar jogadores que já vem com uma história feita em rivais e fica difícil de engolir, cito o Edmundo e o tal de Paulo Nunes, que ficaram com a cara dos porcos e aqui, não fizeram nada e, sempre mal vistos pela fiel torcida.
Então, com o Bernardo se deu o contrário disso.
Já consagrado naquele time do Telê Santana, lá pros lados da Vila Sônia e trazendo na bagagem os títulos mundiais, o Bernardo veio ao Parque São Jorge em vias de se aposentar.
Claro que a torcida, de início, lhe virou o nariz.
Mas, o negão era volante e, volantes são raçudos por natureza, a fiel gosta de jogadas plásticas e monumentais e, acima de tudo, ama a raça.
Daquele time que ganhava sempre aos 48 do segundo tempo, o Bernardo foi um símbolo e a torcida teve o prazer de ver aquele, que já tinha uma história rica no futebol do Brasil e da Europa, jogar com muita raça, fazer gols salvadores e chorar como um menino.
Contaram os seguranças que, no intervalo de uma partida, o Edmundo, que estava apático em campo, resolveu culpar o menino Zé Elias no vestiário, o segundo volante tinha apenas 15 anos, ao ver o veterano e pífio jogador insultar o garoto, o Bernardo juntou-o pelos colarinhos e deu-lhe dois murros na fuça.
Isso ficou em segredo entre o time e os seguranças, quando saiu do vestiário, o encardido do Edmundo marcou o gol da vitória.
Então, salve o Bernardão, que correu o mundo e se eternizou no Parque São Jorge.

A final de 1977

O Campeonato Paulista de Futebol de 1977 foi a 76ª edição do torneio. O Sport Club Corinthians Paulista conquistou o campeonato estadual após um longo período sem conseguir nenhum título (o último foi o Campeonato Paulista de 1954) ao vencer a Associação Atlética Ponte Preta em três partidas na fase final.
Na primeira partida, o Corinthians havia vencido por 1 a 0 com gol do atacante Palhinha. Mas na segunda partida, a Macaca consegue vencer por 2 a 1 num Morumbi de quase 79 mil pessoas forçando assim, uma partida extraordinária.
E na última partida, numa jogada emocionante de aproximadamente dez segundos, o volante Basílio consegue fazer o gol do título, terminando assim, o jejum de 23 anos sem conquistar um campeonato Paulista tornando-se assim, uma das conquistas inesquecíveis para os corintianos.